REFERÊNCIAL TEÓRICO - 3 a 6 anos
Considerando que registrar é essencial para
a qualificação da prática pedagógica, é também uma atitude vital, pois se
articula ao planejamento e a avaliação. Ao escrever podemos retornar ao vivido,
por meio do dialogo com a nossa pratica, tornamos possíveis de reflexão, a
partir desse registro, veem o retrato de um cotidiano vivo.
Essa intima relação entre o planejar e o
registrar possibilita a reflexão, socialização
e a partir daí podemos fazer teoria. Possibilita também a necessidade de
discutir com outros educadores o trabalho desenvolvido, esse registro pode
marcar as incertezas, conquistas e descobertas. Com esse registro retomamos
questões com a dimensão humana do fazer, tudo se interliga.
Escrever é uma escolha pessoal, é
comunicação, troca, transforma o mesmo em instrumento do trabalho pedagógico.
Registrar tem a ver com criação, deixa rastros, sujeito de memoria e de
historia. Registrar a fala das crianças é uma aprendizagem é também um desafio.
Registrar pode ajudar no exercício de desabituar – se, hábitos que às vezes
temos até sem querer, muitas vezes pecamos em certas situações.
Percebe-se que com o ato de registrar, se
muda muito em relação à formação intelectual e também pessoal, aprende como ser
uma pessoa e também um professor melhor, passa a entender o porquê que o
pedagogo ocupa um amplo espaço na organização do trabalho pedagógico, pois ele
é um articulador no processo de formação cultural que se dá no interior da
escola, a sua presença é fundamental na organização das práticas pedagógicas e
consequentemente na efetivação das propostas, ele é o mediador no processo
ensino-aprendizagem, e forma a garantir a consistência das ações pedagógicas e
administrativas.
O pedagogo já não atua somente nas escolas
primarias ou em supervisão de escolas, além do magistério, o pedagogo tem
encontrado novos campos de atuação nos últimos anos. Cabe ao pedagogo ser o
líder do sistema educacional, seja na gestão do ensino, na supervisão ou na
coordenação pedagógica. Por isso, a base da faculdade deve ser muito sólida, o
pedagogo precisa sair da faculdade capaz de efetivar o trabalho coletivo na
escola, saber promover a integração das
competências de todos, contribuindo para o crescimento dos educando,
despertando, em cada profissional, o desejo de atuar de forma diferente, para
romper com a rotina às vezes que apaga a alegria de aprender da maioria dos
alunos, construindo uma equipe de trabalho eficiente e uma escola inovadora que
estimule seus alunos, que forme cidadãos de bem e interessados em contribuir
para um mundo melhor.
Um apontamento que é um dos pontos mais
importantes deve ser a valorização do professor como profissional, reconhecendo
– lhe todo o bom desempenho por ele conquistado e também sendo valorizado como
pessoa, ouvindo – o com respeito e colocando em prática suas ideias, criando e
dando espaço para que o pedagogo participe efetivamente do processo educativo
dentro e também fora da escola. A participação é a palavra – chave para esse
processo acontecer, o pedagogo precisa da opinião do outro para também se sentir
bem e inovar com mais segurança, apoiado na aprovação dos colegas. Ser pedagogo
é uma grande responsabilidade, muitas vezes, precisam – se assumir os riscos e colocar à prova os
limites e as suas capacidades, para se cumprir os objetivos elaborados e assumidos
por todos, precisa – se de cooperação e boas ideias, assim em equipe o trabalho
se tornará muito mais prazeroso e o resultado com certeza será muito mais
eficiente.
A educação é do
tamanho da vida, não há começo, não há fim. Só há travessia. E se queremos
descobrir a verdade da educação, ele terá que ser descoberta no meio da
travessia. (Rodrigues, 1992).
Não podemos esquecer - nos do universo infantil, a criança, que é foco
deste estágio. A criança é um sujeito, necessita de atenção, precisa ser
ouvida. O que estamos fazendo com nossas crianças? Como as estamos educando?
Será que existe consciência da importância
de proporcionar à criança o desabrochar de sua essência, dos seus potenciais,
da sua autenticidade. Aprender e ensinar as crianças e com as crianças são os
eixos com os quais o professor deve articular sua vida, logo essa paixão pela
educação se torna um compromisso natural.
Todos são e já fomos alunos, por isso
sabemos da importância das coisas que ali aprendemos, são aprendizados que
levamos para a vida toda.
A
criança é um ser social, de direitos, é um ser de natureza, ela constrói uma
bagagem cultural que vem desde a sua família e se completa na escola.
Se estivermos envolvidos com a escola,
estamos envolvidos com o mundo, isso nos obriga a ter uma perspectiva do mundo
que queremos, embora se torna difícil, pois, nós professores, muitas vezes nos
queremos dos seres que dão vida a escola, crianças, são elas que trazem consigo
a história da humanidade.
Os grandes
desafios do ensino contemporâneo estão em dar origem a mentes bem ordenadas
mais que bem cheias, ensinar a riqueza e a fragilidade da condição humana,
enfrentar a incerteza. Numa palavra: formar o cidadão do novo milênio. (Morin).
A
infância é uma construção social, a criança atuante é aquela que possui um
papel dinâmico entre as relações sociais em que está inserida. A criança não é
um adulto em miniatura, mas sim, um ser que interage com os outros adultos e
também com outras crianças, ela tem um contato com suas relações de mundo.
A criança sempre está interagindo, ela
sempre sabe alguma coisa e o mais importante, ela sempre está aprendendo, elas
estão inseridas na cultura em que vivem e também produzem cultura, elas
elaboram sentidos, práticas, experiência, compartilhamento, passa a criar certa
autonomia em relação ao adulto.
Cada criança tem sua particularidade,
porém, elas transmitem cultura entre elas próprias, como em brincadeiras,
fantasias, imaginação, com adultos, sozinhas ou com outras crianças .
Esse conhecimento que a criança adquire,
desenvolve e aprende nessa integração consigo mesma ou com o meio, possibilita
o desenvolvimento de cada vez mais, capacidades, aprendizagens, elas se
submetem ao ensino bem como ensinam aos demais.
Toda essa rica construção de aprendizagem
com certeza é muito significativa para melhor compreender essa infância, esse
ser criança, se ganha muito com isso, reconhecer a criança como o sujeito ativo
que é. Essa diversidade cultural que possui dentro de si, torna nosso trabalho
como educador muito mais cativante, gratificante e solido.
Não se pode perder o foco, deve – se sempre
considera a produção, realização da criança, fazendo assim com que ela se torne
cada vez mais o ser postulado e
significante que é.
A partir desses significados, as crianças
merecem, devem ser trabalhadas com elas todas as linguagens, a criança deve ter
contato com diversos tipos de matérias.
Cuidar de uma criança, de acordo com o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, é,
Sobretudo, dar
atenção a ela como pessoa que está em continuo crescimento e desenvolvimento,
compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo as suas
necessidades. Isso inclui interessar – se sobre o que a criança sente, pensa, o
que ela sabe sobre si e sobre o mundo, visando a ampliação deste conhecimento e
de suas habilidades, que aos poucos a tornarão independente e mais autônoma.
Uma
criança só se alfabetiza quando tem sua capacidade cognitiva de simbolizar, de
representar o que não está presente, ou seja, o ausente, bem desenvolvida. As
linguagens desenvolvem essa capacidade, a oralidade dessa criança, como elas
representam a realidade, criam hipóteses de mundo, pois a cultura lúdica das
crianças é muito rica, o brincar é preciso, faz parte das culturas infantis,
através de todos esses argumentos é possível construir um meio necessário, seja
para o percurso da prática pedagógica ou para entender os fenômenos
educacionais que vivemos nos dias de hoje, tornando – o mais rigoroso, metódico
e democrático.
ANA PAULA SAMPAIO DA SILVA
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